Muitos professores pensam que, se o raciocínio matemático passar a ser realizado pelo computador, o aluno não precisará raciocinar mais e deixará de desenvolver sua inteligência.
Por outro lado, tem havido, argumentos que apontam o computador como a solução para os problemas educacionais. Mas a relação entre a informática e a educação matemática não deve ser pensada da forma dicotômica.
Como comprar computadores para as escolas, se nem mesmo há giz em várias delas? Como pensar em computadores na escola, se os professores continuam sendo mal remunerados?
Temos primeiro que melhorar as condições da escola, os salários dos professores, para que, possamos pensar em tecnologia de ponta. No meu ponto de vista, há vários problemas com essa argumentação. Por que o primeiro deles é a suposição de que, caso o dinheiro não seja utilizado para a compra de computadores, ele seria utilizado para a melhoria da infra-estrutura e da dramática questão salarial dos professores da rede pública de ensino.
Em outras palavras, se o dinheiro não for utilizado para comprar computadores e acesso à Internet para as escolas, ele será utilizado para outros fins, relacionados à telecomunicações, mas não para giz ou salário. O aumento de salário dos professores depende de uma maior valorização da profissão pela sociedade.
O segundo problema, é que o computador é supérfluo. Quem defende esse argumento parece não considerar essencial à informática nas escolas públicas. O acesso à Internet, não é visto como parte dos direitos do cidadão. Utilizar esse recurso significa completar um ciclo: as privatizações geraram o dinheiro, que é repassado pelas empresas ao governo, que compra computadores para as escolas.
O computador nas escolas se torna, solução para os problemas eleitorais. Um outro argumento favorável pode ser o de que, estimule o aperfeiçoamento profissional para que eles possam trabalhar com informática.
O computador, pode ser um problema a mais na vida já atribulada do professor, mas pode também desencadear o surgimento de novas possibilidades para o seu desenvolvimento como um profissional da educação. Muitos advogam o uso do computador devido à motivação que ele traria à sala de aula.
Á importância dada aos computadores do ponto de vista social, o seu uso na educação poderia ser a solução para a falta de motivação dos alunos. Um outro argumento, é a importância do uso da informática em educação para preparar o jovem para o mercado de trabalho. Assim, cada vez mais a tecnologia informática interfere no mercado de trabalho. Ela tem sido a vilã do desemprego, e o seu domínio tem servido de base de decisão sobre quem vai assumir determinadas posições no mercado.
Educação deve promover a crítica em relação aos próprios valores que a envolvem. Assim, o computador deve estar inserido em atividades essenciais, tais como aprender a ler, escrever, compreender textos, entender gráficos, contar, desenvolver noções espaciais etc.
A informática na escola passa a ser parte da resposta a questões ligadas à cidadania. O acesso à informática na educação deve ser visto não apenas como um direito, mas como parte de um projeto coletivo que prevê a democratização de acessos a tecnologias desenvolvidas por essa mesma sociedade.
